Não interessa se vivem em países ricos ou pobres, homens vivem menos que mulheres. A conclusão é do relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) — World Health Statistics Overview 2019 — que pela primeira vez separou as estatísticas de mulheres e homens e conseguiu perceber que causas de morte afetam mais uns do que outros.
Das 40 causas de morte analisadas, 33 delas justificam porque é que os homens têm, em regra, uma expectativa de vida mais baixa do que as mulheres. Acidentes de trânsito, confrontos interpessoais ou suicídio, atividades profissionais sem cuidado, como quedas, além de doenças respiratórias e alguns tipos de cânceres matam mais homens que mulheres.
As mulheres normalmente, cuidam mais da saúde. Nos países com um grande número de infetados com HIV, por exemplo, é mais provável que as mulheres façam os testes para diagnosticar a infeção e cumpram os tratamentos antirretrovirais. E o mesmo vale para outras doenças, como a tuberculose. Entre as sete doenças ou complicações que matam mais mulheres do que homens contam, por exemplo, o cancer da mama, a doença de Alzheimer, e também dois tipos de problemas que só afetam as mulheres: câncer de colo do útero e complicações relacionadas ao parto.
Em 2000, a esperança de vida média era de 66,5 anos. Dados de 2016 mostram que essa média subiu para 72 anos (74,2 para as mulheres e 69,8 para os homens). Com isso, a OMS concluiu que é preciso que, ao desenvolverem suas políticas de saúde, governantes comecem a levar em conta as diferenças de gênero, com atenção especial ao sexo masculino. Para a OMS, o fato de os homens se cuidarem menos, consultarem um médico com menor frequência e consumirem em média cinco vezes mais tabaco e álcool que as mulheres, contribui de forma efetiva para sua menor expectativa de vida.