Microbiota intestinal: nossa relação benéfica com as bactérias
Um adulto está colonizado por vários triliões de microrganismos, que vivem e convivem pacificamente no seu corpo. Esta microcomunidade viva é muito superior em número às células humanas. Tal convivência é benéfica, quer para o homem, quer para estes microrganismos. É uma relação simbiótica, uma vez que ambos beneficiam dela.
Os microrganismos que vivem no intestino constituem a chamada microbiota intestinal, aquilo que antigamente era conhecido como “flora intestinal”. A microbiota intestinal é como uma impressão digital, ou seja, cada ser humano tem a sua microbiota intestinal, que é única e personalizada.
No primeiro ano de vida, a microbiota varia muito e é muito instável, mas por volta dos 2-3 anos de vida, estabiliza e mantém-se estável ao longo da vida, com mudanças muito lentas. A microbiota que vai colonizar o intestino depende do tipo de parto, dos anticorpos do leite materno, da variedade alimentar, da higienização dos alimentos, da exposição a antibióticos, probióticos e prebióticos.
Os microrganismos beneficiam de uma temperatura ideal para o seu desenvolvimento e de um ambiente extremamente rico para se alimentarem. O hospedeiro, o homem, beneficia de uma máquina metabólica altamente adaptativa, as bactérias sintetizam determinadas vitaminas e nos ajudam a digerir alguns nutrientes (por exemplo, hidratos de carbono complexos), que seriam eliminados caso as bactérias não existissem.